quarta-feira, 16 de abril de 2008

IBAMA


Uma operação realizada segunda-feira e nessa terça-feira (15), em quatro cidades do Sertão do Estado, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), resultou na apreensão de aproximadamente 56 metros cúbicos de lenha e no embargo de 28 empresas. A ação, intitulada Mata Nativa 2, foi feita por 20 fiscais do Ibama. Só em multas, as empresas embargadas terão que pagar algo em torno de R$ 8,4 milhões, por falta de licença de funcionamento ou por falta de vistoria técnica. A princípio, a fiscalização deve continuar nesta quarta, com a visita a outras empresas, fato que não foi confirmado pelo Ibama. Como é um crime de menor potencial ofensivo, ninguém foi preso.
“Mesmo sem termos prendido ninguém, várias pessoas que estavam nas empresas foram ouvidas e responderão inquérito por conta das irregularidades encontradas”, explicou Leslei Tavares, chefe de fiscalização do Ibama. A fiscalização aconteceu nos municípios de Araripina, Ipubi, Trindade e Ouricuri. “Essas cidades utilizam muita madeira, muita lenha, por conta do pólo gesseiro, que é forte na região”, completou Tavares.
Um total de 52 empresas foram fiscalizadas nesses dois dias. Dessas, 44 apresentaram irregularidades. “Realizamos uma operação semelhante a esta em 2007. Como já tínhamos encontrado irregularidade, voltamos para ver se tinham se adequado às exigências. Concentramos a fiscalização nessas que estavam com pendências desde o ano passado. Muitas não se regularizaram e por isso estão sendo multadas. A maior irregularidade que encontramos foi a falta de licença ambiental, que é dada pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH)”, disse Tavares.
Outra infração encontrada pelos fiscais do Ibama foi o fato de muitas empresas não possuírem a lenha que disseram ter legalmente. “Muitas têm documentos atestando, por exemplo, que precisam de 20 estéries de lenha. Entretanto, muitas não podem operar com mais de 5. Isso é uma irregularidade que também rende multa. Houve empresas que não souberam explicar, com uma documentação válida, porque tinham mais lenha do que realmente necessitavam”, afirmou Tavares.
Apesar da fiscalização que pegou muitos donos de empresas de surpresa, a quantidade de lenha apreendida pelo Ibama foi considerada baixa. “Nos últimos dias, o Sertão foi castigado pelas chuvas. Muitas áreas estão alagadas e isso dificulta que as empresas consigam muita lenha. Com certeza, no verão essa quantidade seria muito maior”, finalizou Tavares. A expectativa é que algumas empresas ainda sejam fiscalizadas nesta quarta pelo Ibama.

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